quarta-feira, 6 de novembro de 2013

...: Reflexões sobre o " e se" :...






Muitas inquietações sacodem nossas entranhas: do  complexo "Ser ou não Ser " shakesperiano,  ao não menos angustiante "isto ou aquilo" de Cecilia Meireles. Somos um depósito mutável de impulsos e motivações esperando por escolhas. Daí dependendo das avaliações individuais das opções ou na ansiedade torturante de optar por algo na velocidade da luz, vamos tomando decisões  
As vezes essas escolhas são paridas com muito custo, com aquele cordão umbilical do medo de errar te sufocando, e você sai da crise pelo fórceps da circunstância.E ainda assim, após ter enfrentado toda esse caos interno, lá vem o verme da dúvida plantar-lhe na mente a expressão mais inquietante do universo: "e se"?





                                      E agora José?



É como se a vida viesse te oferecer 100 caminhos para seguir, mas, pelas limitações da própria Física em relação ao tempo e espaço,você só pode optar por um. Daí, com seu caminho escolhido, você passa a fazer planos, a cultivar sonhos,porém,de repente,bate uma saudade...
Sim! A maldita nostalgia das 99 outras opções que deixamos para trás! 
O "e se" é a partícula universal da neurose e quando a deixamos invadir nossa química cerebral sem filtros, é capaz de darmos "tilts" por aí, tipo aquelas máquinas de pinball que travam com um empurrão ou a temida tela azul do Windows. 

                                                               Cause shit happens!!!

Não ha fórmula para vencer as artimanhas do "e se", especialmente quando ele resolve criar memórias do que você ainda nem viveu como um curta metragem do que poderia ser ou não ser. Uma especie de flashback do não experimentado, que te remete à coisas e pessoas com as quais você jamais lidou só para comprometer ainda mais o processo decisão.


                         Questions.... questions... questions...



Acredito  que aquele que muito cogita pouco vive, então é melhor deixar as escolhas virem a tona e responsabilizar-se por elas. Erros e acertos fazem parte do nosso amadurecimento e ficar só imaginando o que renunciamos é perda de tempo. Digo isso por que a visão da renúncia é sempre romanceada na nossa cabeça, já reparou? Tudo seria melhor e mais bonito se pudêssemos resgatar aquela escolha desprezada: fique esperto! A nossa mente A-D-O-R-A bancar a ilusionista  nessas horas, com direito a nos cortar ao meio  no caixote da incerteza, jurando que sairemos de lá pela metade.


Os contos de fadas do " e se" acabam quando a gente lembra que viver não é começo, meio e fim com a mesma fotografia, a mesma trilha sonora, os mesmos personagens. Viver é intempérie  é chuva e sol, é frio e quente, é gripe e beijo na boca ( Eca! Não nessa ordem!), enfim, perfeição não define a vida como ela é.




O que define é dar motivação aos próprios passos, é percorrer o caminho,tropeçando nas pedras, passando aquele Mertiolate que não arde mais e seguir em frente. O "e se" pode surgir vez ou outra, como um fantasma que te assombra no fracasso,como se debochasse das suas opções ate aqui,mas não se desespere: os fantasmas do " e se" se alimentam da sua insegurança  deixe-os famintos de atenção e todos irão desaparecer.





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

...: Michelinha: ...






                                                                                                 
                                                                                                     Hi, folks!!!!!


Com a proximidade do dia das crianças cujo feriado é uma desculpa lojista-cristã para vendas infantis  e esbornia adulta, retomo este blog com um relato de minhas faceirices de pequena. Disse pequena? A graça já começa ai! Nunca fui uma baixinha: nem para Xuxa nem para fita métrica! Nasci vendendo centímetros em altura na principal maternidade de Olinda - Pernambuco!

Segunda minha mãe, ate hoje o berçário dispõe de uma plaquinha onde se lê meu nome e data de nascimento por conta do aniversario da maternidade,mas isso é outra historia. Como dizia anteriormente,também não era dada a fanatismos "paquitóides" ou de idolatria Global: meu negocio era sentar frente a TV e ver desenhos. Era o suficiente para hipnotizar-me horas a fio. 

De personalidade arteira, contam-me inúmeros "causos" que protagonizei na infância,  na maioria deles, segundo os mais velhos,era*  um gênio perigoso,de perguntas embaraçosas e de uma empáfia que já trazia consigo esse meu " eu jornalistico" de hoje. 
Mamãe me conta que eu não tinha medo de nada! Absolutamente!
 Era tão destemida que no alto de meus sete anos, gritava sozinha para o quintal escuro :

 - "Bissu!( bicho*)! Vem pegar Michelle!"  

 Ou seja: enquanto todas as crianças tremiam só de imaginar um abraço de um ser  imaginário eu estava lá, invocando-o com a naturalidade de uma necromante,vejam só... 
Hitchcock estava me perdendo!

Segundo parentes eu detestava lidar com outras crianças  eu queria ter com os adultos. Porém, essa tarefa vinha cheia de atropelos e vira e mexe eu metia os pés pelas mãos  Dizem que uma vez meu saudoso avô, Seu Lobato,estava me dando uma bronca feia e dai, com os nervos in flames,bem ao meu estilo, respondi ao meu avô:
" -Pára de gritar comigo, MOÇA ANTIPÁTICA  "


Sim! Soltei essa frase sem noção de gênero ou ofensa, mas jurando que fazia uma irretocável defesa adulta ao meu favor... Todos caíram no riso,obvio! 

 Alias, meu avô, que era tudo no meu convívio infanto-juvenil, foi alvo de vários dos meus ataques de fúria,de perguntas, de manhas,enfim... Ele foi um bravo homem também por isso. 
Certa vez,já com uns 10 anos, estávamos todos na sala e a tv exibia uma propaganda contra Aids no carnaval... Aquela tosquice de camisinhas antropomorfas dançando entre confetes e ate flertando entre si ( Deus! O que eram as campanhas "educativas" dos anos 80/90???). Eu,encantada com aquele horror( horror mesmo!) de cores e informações  soltei a pergunta cretina; - Pai! ( assim o chamei sempre!), O QUE É UMA CAMISINHA? 
A sala de estar la de casa virou um convento de repente.Silêncio. 

                                       Meu avô lindo que aguentava meu gênio curioso 

Dai meu avô, desenroladamente,  disse-me que camisinha era " uma roupa contra as doenças" e fim de papo. Depois disso assistir tv comigo era uma atividade evitada por toda família:creiam! Alem de invocadora de entidades sobrenaturais, desbocada, perguntadeira mór,  eu também achava que sabia voar. Não só achava como me coloquei de instrutora para minha irma menor,Marina. A  ideia que sugeri a Marina, era que saltássemos da cama de casal dos meus avós ao chão, assim,pura e simplesmente.

                                                                                         PURO AMOR !

 Eu fui na frente pra dar o exemplo. Minha irma veio atras, pra dar com o queixo no chao!

 A pobrezinha parecia a Linda Blair em "O Exorcista"! Toda descabelada, com a camisa encharcada de sangue. Levou uns cinco pontos e uma lembrança em forma de cicatriz pra me detestar pra vida toda.Mas acreditem: hoje ela me ama so não acredita que meus ossos sejam pneumáticos e eu possa tocar as nuvens... 

                                                                                   Eu e Marina Quebra Queixo

Isso por que me falta aqui citar os meus grandes feitos infantis no ambiente escolar,tantos que já poderia coloca-los no currículo profissional de hoje como "atividades extras",mas conto em outra oportunidade. O que posso dizer é que minha infância foi formidável  Nunca me faltou coisa alguma: diversão  sorrisos, umas palmadas pra aprender a respeitar que é bom e todo mundo gosta...Mas essencialmente, nunca faltou amor! Nunca faltou cuidado,carinho! E esse é exatamente o tipo de sentimento que eu desejo que os pais possam nutrir pelos seus filhos. Sentimentos esses muito raros em um mundo onde livrar sua família de uma tragédia por conta das drogas ou da  criminalidade  é um verdadeiro "nadar contra a corrente".

quarta-feira, 16 de maio de 2012

...: A Wonderful Goth :...


Você sabe o que se comemora no dia 22 de maio? Não?
Então provavelmente subcultura não é o seu forte! 
Ironias a parte, 22 de maio foi a data escolhida para marcar o “World Goth Day”, ou em tradução livre “Dia Mundial do Gótico”: sim meus caros, até os descendentes dos Godos já possuem seu dia D (ou seria G?) no calendário anual.

A ideia surgiu em 2009 no Reino Unido, quando a rádio BBC 6 Music colocou no ar um programa chamado ” Subculture Weekend “(Fim de  Semana da Subcultura) cuja proposta era tocar músicas das cenas  punk, britpop e gótica, essa última, com destaque no dia 22 de maio na programação da rádio.

Sabendo disso, uma semana antes, um DJ da BBC postou um tópico no fórum “ Weekend Whitby Gothic” solicitando que pessoas adeptas do estilo gótico entrassem em contato com ele para falar sobre como viviam, se usavam preto para trabalhar em escritórios ou coisa do gênero, criando um forte debate sobre o tema. O que começara como um simples programa dedicado à cultura gótica ganhou proporções gigantescas.


A rádio recebeu inúmeras ligações com pessoas interessadas em contar sua experiência e o “World Goth Day” já se espalhava pela web através de páginas como o My Space com grande adesão do público dark, que finalmente teria um dia especial para seus seguidores.

Desde então, no dia 22 de maio, góticos e simpatizantes por todo planeta festejam sua filosofia underground através de eventos regados à muita música e arte, buscando firmar sua sobrevivência e garantir  respeito ao  seu estilo de vida.
 Cartaz com eventos do World Goth Day em Brasília este ano!(Inveja!)

São Paulo e Brasília que conservam uma forte cena gótica no Brasil, já preparam vários shows e festas para comemorar o 22 de maio, contudo, no restante do país a data deve passar despercebida em virtude do número inferior de adeptos ou por desconhecimento desta informação.

Caso você, assim como eu, goste do estilo e não deseja passar o “ World Goth Day” em branco (já que na cidade não terá absolutamente nada),tenho umaa sugestão:faça um playlist com o melhor do goth, doom e dark 80´s, reserve alguns chocolates, uma boa bebida e desfrute toda essa preciosidade  no aconchego de sua “alcova escura”(...)

Happy World Goth Day, my bats!
Pra saber mais do World Goth Day,acesse:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

...: #MOA FAIL :...


Língua de mãe é uma praga, não é? O moleque está lá no alto da árvore e ela gritando; “- Tu vais cair daí! Tô avisando!” Daí a criatura fica lá teimando até se esborrachar de cara chão!
O que eu falei aqui pra vocês sobre o prezado Natanael Jr e Cia LTDA?
 Eu também despenquei feio da minha árvore de ilusões otimistas, confesso.
Mesmo depois de tamanha exposição  quanto ao fiasco do Metal Open Air e seus inúmeros absurdos e cancelamentos alardeados  pelas redes sociais e tv, eu ainda me ponho aqui para comentar alguns pontos purulentos dessa sutura:
1°- Eu estou indignada ao perceber que há muita gente desta ilha e por todo Brasil dizendo que o erro foi ter realizado o festival aqui em São Luís, pondo a culpa na cidade e não na produção criminosa do evento. Essa postura é de um grau de alienação enorme e está repleta de preconceito. São Luís têm sim condições de receber grandes shows a exemplo do David Guetta realizado pelo Chez Moi Produções em janeiro deste ano. O que derrubou o MOA foi ter sido capitaneado por gente inescrupulosa, cuja má fé resultou nessa sujeira difícil de limpar.
2°- Espero sinceramente que a cena rock do Maranhão e das demais regiões do país não tenham também engolido tudo o que foi veiculado pela mídia durante o festival. Caso não saibam  São Luís infelizmente sofre com o domínio de muitos “cartéis” e um dos mais repugnantes  deles se refere a realização de eventos na capital. Há uma espécie de monopólio velado, onde produtora de fora do Estado ou qualquer concorrente desavisado não tem vez: tentou confrontá-los, é derrota na certa! No caso do MOA não foi diferente: incomodou, gerou inveja, não pediu “com licença” aos donos do pedaço, no outro dia, eles pedem a sua cabeça! Liguem os pontos e vocês entenderão!

3°- Vender seu trabalho para alguém é uma coisa, outra coisa é colocar preço na sua credibilidade que teoricamente deve ser inestimável. Fiquei besta de ver uma galera por aí que estava faturando com o MOA ficar mandando mensagens  nas redes sociais do tipo; ” -Venham pro MOA! Blind Guardian e Grave Digger vão tocar!” Sendo que o próprio Blind Guardian já tinha cancelado tudo através do facebook na pagina oficial da banda. Daí quem já estava triste ficou ainda mais desapontado ao chegar no local e não ver nada disso! Pra que fizeram isso? Ganhar para divulgar é ganhar para mentir?
 É, então tá.



4°-Vítimas de roubo, instalados em condições desumanas, submetidos a todo tipo  de frustração, o público que compareceu ao Metal Open Air tinha gás para deflagrar uma verdadeira guerra no Parque Independência, mas ainda bem, não foi isso que aconteceu. As pessoas que lá estavam demonstraram um grau de civilidade altíssimo! Não houve briga, não houve morte! Bem diferente de muitas micaretas e outras festas por aí, que vira e mexe estampam a primeira página dos jornais como palco de crimes hediondos! Essa constatação só veio provar mais uma vez que os amantes do rock n roll tem uma postura bem melhor que a dos ditos “ eleitos” pela sociedade. Parabéns headbangers
-Natanael Jr aprontou outra das suas e o soco inglês tupiniquim veio do Brasil inteiro como eu previa neste post . Ele e seu "companheiro de aventuras", Felipe Negri, estão na mira do PROCON, do Ministério Público e de quem teve suas expectativas jogadas no lixo do Metal Open Air. O vídeo a seguir mostra os novos “epítetos” pelos quais Felipe Negri está sendo conhecido agora no meio underground: ”Ladrão” é só um deles...

 
Por fim, nem preciso dizer que o futuro do rock em São Luís é incerto, portanto, não se espantem se de repente a cena já capenga ficar tetraplégica. Creio que as bandas locais serão um importante apoio durante esse período de hiato dos shows internacionais. Vamos torcer para que novos produtores possam desenvolver seu trabalho com liberdade e idoneidade, para que possamos retomar a batalha  pelo rock na ilha.  

...: Sobre a Coragem que inspira e o Terror que mata :...



Eu já comentei em um outro post deste blog sobre a liberdade de expressão e até a defini à minha maneira :"É uma "mulher de bandido" da comunicação, daquela que apanha feio, ganha mordaça e punições dignas de estado de sítio, mas nunca toma jeito".

E por não domar esta fera que habita alguns de nós, em especial os jornalistas, é que pagamos um preço alto:pagamos com a própria vida.
Com Décio Sá, jornalista do Sistema Mirante de Comunicação, essa triste realidade se repetiu, assinalada por um desfecho sangrento.

 Décio também não desejava adestrar a sua liberdade de expressão, permitindo por diversas vezes que esta perseguida virtude lhe tomasse  e viesse a tona em forma de denúncias impactantes através de seu blog.

Nunca tive contato direto com ele, nem mesmo era partidária de sua postura político-ideológica, mas estou APAVORADA por me deparar com este cenário de violência explícita que ameaça o exercício da prática jornalistica nesta cidade.

Como se já não bastassem as angulagens tendenciosas e as interpretações deturpadas para se preocupar, o jornalista maranhense precisa agora acautelar-se de sua segurança coma mesma rigidez de um foragido de Justiça, caso contrário, sua vida será ceifada sem piedade a qualquer momento.
A pergunta é repetida à medida em que a realidade nos parece angustiante:

 - Afinal, ONDE VAMOS PARAR?

Diferente do que muitas pessoas acreditam o trabalho do jornalista não é a descrição de um " fato" tal qual um narrador onisciente, mas sim a construção da realidade a partir de instrumentos  que lhe são apresentados ao longo da vida acadêmica ou de seu empirismo na área.

Contudo, ainda assim, por instrumentalizar a informação das mais diversas formas, nós jornalistas seremos punidos na dantesca premissa do"olho por olho, dente por dente"?

O assassinato de Décio Sá é tremendamente pesaroso para a classe jornalistica, mas se traduz em um momento para refletir sobre a coragem que inspira e sobre o terror que mata.

Meus sentimentos à família e aos demais amigos do jornalista.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

...: Pérola de Páscoa :...

Olá Pessoas!

Enquanto muita gente estava  se entupindo  de chocolate ou de uma birita qualquer, o site IMIRANTE.COM não deixou a informação de lado e levou aos internautas todas as notícias do feriado em clima de " Feliz Páscoa!"(só que não!)", olhem só que beleza:


Sim! É ISSO MESMO! Olhe mais de perto!


A empresa Sá Cavalcante lá, toda serelepe desejando "Feliz Páscoa" na moldura do site IMIRANTE e a galera do IMIRANTE põe essa foto DOCE da editoria de POLÍCIA bem embaixo!
O que dizer Prof. Chaparro?

QUE BELEZA DE TRABALHO! QUE DESLUMBRE DE ASSESSORIA!

E isso foi em plena SEXTA-FEIRA SANTA! É # TENSO OU NÃO É?
É meu amigo, divulgue o seu produto com quem " entende"!
Dá nisso aí ó!





quarta-feira, 28 de março de 2012

...: Clichê para nossa alegria ( e não leia esse título cantando!) :....







Se você ainda não assistiu ao vídeo “ Para nossa alegria”, também conhecido pela alcunha de “Cantando em Família”, certamente vivemos em galáxias digitais muito distantes.
A pequena “jam session” em família, protagonizada por Suellen, Jefferson e Marinalva Barbosa está no topo do ranking brasileiro dos vídeos mais acessados no site You Tube, com cerca de 11784259 exibições até a noite desta terça - feira(27).
Além de ter sido  “homenageado” em versões funk, rock e até com outros  “atores” em seu elenco, “ Para Nossa Alegria” virou bordão e  até meme da web.


Com tamanha repercussão, você pode estar se perguntando: ”- Mas que Diabos têm esse vídeo infame para se tornar a nova epidemia deste país?
A resposta é simples: “ - Ele está recheado de clichês
Claro que Suellen nem deve ter pensado nisso, nem mesmo que está também endossando a tese de Andy Warhol de que no futuro todos teriam seus 15 minutos de fama. Contudo, “Para Nossa Alegria” é uma bomba de lugar comum no que tange ao humor e se apropria mesmo sem querer de elementos das mídias virtual e eletrônica para compor a arquitetura de sua piada.
Quer um exemplo? Todo mundo que assiste ao vídeo comenta o sorriso intrigante de Suellen e mais ainda, de seu irmão: aquela falta de naturalidade, aquela dentição espelhada vagando entre o forçado e o grotesco... Ah sim, eu já vi!

Jefferson nada mais é do que uma versão melhorada à base de dentifrício de Tião Macalé, lembram? Aquele  de” Os Trapalhões”, conhecido pelo seu indefectível bordão;” Ih,nojento! Tcham!”É meu amigo, e você achando que a sua risada não tem memória associativa.
Outro aspecto que descontrola o riso de quem vê esta obra prima da falta do que fazer  trata-se da entrega com a qual Suellen entoa o hino gospel  “Galhos Secos” de uma forma absurdamente desafinada: cada solfejo  é um “gorfejo” ( sim esse neologismo é meu).
Ora: rir do desafinado é rir de quem crê piamente em um talento que nunca teve e não há nada mais engraçado do que um bom papelão como esse para nos levar as lágrimas de alegria. Vai dizer que você não se lembra disto também:

Não importa o quanto ela tenha dado explicações para seu fiasco: o fato é que o Brasil inteiro sorriu com o vexame que a cantora Vanusa passou ao tentar cantar o hino nacional com a acuidade de um bêbado em um evento. Uso de remédios tarja preta, alcoolismo, enfim, ninguém sabe ao certo o que houve, mas a gente riu e repete a dose agora para nossa alegria*.
Ainda poderia aqui fazer conexões sobre os movimentos a la “ Fat Family” feitos por Suellen logo no inicio da canção ou ao "bocão Royal" de seu irmão no clímax do vídeo, mas estas são observações secundárias.

O que quero dizer é que até para o humor, nossa mente possui um repertório próprio para reconhecer se o que é visto, ouvido ou lido por nós se traduz em piada ou não. Esse vídeo é uma empada de clichês da qual já estamos cheios até a tampa, mas que se renovam em virtude dos contextos onde se adaptam, através de significados mutáveis ao sabor das gerações.
Portanto, não se impressione com as porcarias que surgem nas redes sociais e no universo midiático em geral: elas são parte da mesma fórmula que nossos pais já consumiram, porém com uma embalagem mais moderna (memes, stand up, etc).
A diferença agora é que o conteúdo  dessa fórmula se decompõe em menos de 5 segundos, tamanha é a putrefação da ideia na era do instantâneo.

sexta-feira, 23 de março de 2012

...: Curte.... Mas não me envergonha! :...



O preconceito em relação ao rock é tão antigo quanto a sua própria gênese. De Chuck Berry a Slipknot, a estória é sempre a mesma: são todos adoradores do Diabo, bebem sangue humano e cheiram até orégano se isso der algum “barato”.
Sinceramente? Não vou discordar! Gostando OU NÃO de rock, a pessoa faz consigo o que  bem quer! O erro é classificar os apreciadores deste estilo musical como os únicos responsáveis por todo tipo de iniquidade que se alastra sobre a face da Terra!
Tem pastor comprando iate com dinheiro dos fiéis, padre "comendo" criancinhas e o grande problema da humanidade é o rock?
Saindo do campo das generalizações burras, posso dizer que a maior contribuição para toda essa resistência parte de quem se diz roqueiro. E a expressão é essa  mesma: “ se diz”.
Quando uma pessoa gosta de algo, essa característica aparece naturalmente, ou seja, não precisa andar com uma placa de “pergunte - me como”: as pessoas irão perceber.
Outro mal da classe que “se diz” do rock, refere-se à confusão que alguns de seus seguidores fazem entre liberdade e libertinagem. As bandas de rock incitam o desprendimento, a revolução, a emancipação da mente e das atitudes, mas fundamentalismo é coisa do Talibã!
Dai um grupinho que interpreta literalmente as letras de suas bandas “ do mal” saem depredando o patrimônio público por que são roqueiros? Não!  Por que são marginais, isso sim!
São debiloides bárbaros que não sabem distinguir os limites geo culturais entre Finlândia e Maranhão e posam feito idiotas no BANDEIRA 2 do dia seguinte! Daí começam a divagar sobre a personalidade dos adeptos dessa tribo e  surgem  “ lendas” capazes de comprometer todo mundo em função de dois ou três  rebeldes sem causa.
                                                             Envergonhando a classe =/
No fim do ano passado, um grupo de policiais invadiu um show de rock na Indonésia onde prendeu cerca de 100 jovens  e saiu cortando os cabelões e os moicanos de todo mundo!
Além disso, quem tinha piercing foi obrigado a tirá-los e ainda foi submetido a uma espécie de lavagem cerebral quanto ao "comportamento adequado em sociedade".



Já pensou se essa moda pega aqui no Ocidente? Quando as pessoas entenderão coisas simples como:
a)      Corpse Paint não transforma ninguém em demônio.
     
      b)      Tatuagem não muda caráter.

c)       Terno e gravata não salvam almas.

d)      Cabelo colorido é tão antigo quanto o Bozo, então não trate isso como um OVNI.

e)      Piercing é um adorno e pode mais ser bem mais digno do que seu Rolex pirata.

f)       Cores são polissêmicas, têm mil significados que dependem de contexto, cultura, etc, portanto: PARE DE DIZER QUE PRETO É  A COR DO DIABO! POR QUE AS CORES NÃO SÃO PROPRIEDADE DE NINGUÉM! YVES SAINT LAURENT E LOUBOUTIN BRIGAM ATÉ HOJE NA JUSTIÇA PELO VERMELHO!
       GENTE! ALGUÉM DÁ UMA CAIXA DE COLOR BARS PRA CADA UM E PRONTO XD


g)      Drogas estão em todos os lugares: da escola a festa de elite, da esquina da minha casa ao quarto do seu vizinho, então pare de associá-las somente a quem gosta de rock.

h)      Satanistas, Góticos e Black Metals são denominações totalmente diversas: ignore menos e se informe mais.

i)        Não entre nessa de que pode roubar ou quebrar coisas no cemitério por que se acha o Nosferatu dos Trópicos: Vandalismo é crime! Lembram do Ronaldo Esper?

            Pois é... E esses aqui  embaixo que enfiaram o carro roubado no meio das lápides?
                                                               
                                                                 #Deu merda!

Gostar de um estilo musical pode estar expresso nas suas roupas, no seu modo de cuidar da aparência, mas se ele começa a escraviza-lo tal qual um dogma, alguém está sendo marionete de suas próprias escolhas, afinal, há uma linha tênue entre vestir fantasia e adotar um visual ousado.

Toda discriminação  contra aqueles que gostam de rock cresce em virtude da falta de informação não só de quem está de fora desse nicho underground, mas principalmente daqueles que estão batendo cabeça no show e nem sabem ao certo por quê.
A sorte dessas pessoas que se travestem de roqueiros é que o rock n roll não é nenhuma raça ariana, pelo contrario: acolhe inúmeras outras tribos e ainda recepciona quem lhe torcia o nariz outrora.
Mas se decidisse eliminar os traidores ou colocar a cabeça de seus desertores a premio, tenham absoluta certeza que esse genocídio teria proporções gigantescas.